quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Social ou imaginário?

Quem enfim constrói uma sociedade: aquilo que você pensa ou aqueles que você elege?

Eu podia dizer palavras bonitas
mas a vida me fez ser sincera
eu nasci com voz de poeta
minha língua queima mais que uma vela

Minhas noites não são veladas por sonhos
mas sim por algum alegre pesadelo
onde a realidade se constrói em conflitos
e a solução não encontra interpelo

Assim me rogo outra vez sozinha
minhas dores abrandadas no coração
meus ideais ocultos na névoa
inconstantes na minha imaginação


Ainda existe alguma causa pela qual eu esteja disposta a lutar?
Estou me tornando uma insensível!
Quanto mais eu penso menos eu acredito na sociedade, na ética na política e que qualquer ideologia seja válida... A única coisa que eu ainda não desacreditei é que o sol vai nascer amanhã, mas por quanto tempo?


Os Três Mosqueteiros


Ontem fui no cinema assistir ao novo filme dos três mosqueteiros.
Confesso: não estava nem um pouco animada com esse filme, pensei que ia vislumbrar o review de uma fórmula desgastada (aventura+ romance).

A verdade é que já nas primeiras cenas fui pega por uma sensação de saudosismo: relembrei que a primeira coisa da qual eu fui fã na minha vida foram "os três mosqueteiros"!!!

Ao contrário da maioria das crianças da minha idade (nascidas em 1993) meu primeiro ídolo não foi a Xuxa, o Batman ou os Power Rangers...
Foram Aramis, Portus , Athos e D'Artagnan... Nem lembro que idade eu tinha quando , lembro nitidamente, olhei o filme na sessão da tarde e disse: Uau! Isso é muito legal!
Passei a imitar as atitudes mosqueteiras:Praticava "esgrima" com os espetos de assar carne, me escondia dos inimigos (dentro do guarda roupa, debaixo das mesas, atrás dos sofás) e adotei seu lema "Um por todos, todos por um!" .
Eu peguei todos os livros dos mosqueteiros que estavam ao meu alcance e bisbilhotava as histórias, pescava trechos de uma ou outra aventura para recriar depois nas minhas próprias aventuras.

Uma das cenas mais engraçadas da minha adolescência aconteceu quando fomos assistir ao filme "Quem quer ser um milionário" no colégio.
Meus colegas estavam apostando para ver quem sabia responder mais perguntas...
Eu naturalmente não me envolvi na aposta deles...
A pergunta final era: "Athos, Porthus... Qual é o nome do terceiro mosqueteiro?"
Lógico, a alternativa "a" era D'Artagnan... TODOS os meus colegas se atiraram!
Quando a personagem principal diz que não sabe e escolhe Aramis como resposta meus colegas começaram a gritar: "Burro! Perdeu todo o dinheiro! Idiota!"
Nisso eu comecei a rir, virei para a minha amiga e disse: "Ele tá certo... " - minha amiga me olhou com uma cara de "Tá! Mas e o tal de D'Artagnan?"... Eu disse pros meus colegas : "os três mosqueteiros eram quatro...Nunca viram o filme? O D'Artagnan apareceu depois..."
Meus colegas não levaram fé na minha resposta "Aramis" e acabaram perdendo todo o dinheiro... Além de ficarem de boca aberta ao descobrirem que eu estava certa.
Eu devia ter apostado.

Voltando ao filme:
Achei bem surpreendente... Uma mistura de três mosqueteiros, Piratas do Caribe, Kill Bill, Matrix e Bastardos Inglórios... shauhsuahusahusahu
O filme como diz a gíria: é uma "viagem"! Totalmente sem noção!

Porém, quando você aceita que tudo foi feito pra ser uma forma lúdica, um blockbuster, entreter somente... O filme até se torna uma viagem divertida.

Ri demais dos absurdos postos na tela: acredito que tenham sido totalmente propositais, de forma que a intenção do filme foi ser uma comédia de aventura, uma sátira, paródia talvez?

Bem, foi válido, eu dei umas boas risadas durante o filme, eis algumas observações que fiz:

-Milady (Mila Jokovic) interpreta uma espiã dupla (Inglaterra- França) mais parece uma espiã da guerra fria! Suas cenas tiveram de tudo desde lutas estilo "Kill Bill de vestido", até a tradicional fórmula do "espião atravessando o campo de lasers" para acessar o cofre.
Na primeira cena de ação do filme a atriz inclusive atravessa uma armadilha copiando alguns dos movimentos que ficaram consagrados na saga Matrix.

- Porém, em termos de estilo ela era superada por apenas uma personagem: a rainha... pèrdon: Rei!
Totalmente afeminado, o rei da França só tem uma única preocupação: o que vestir?
Numa das cenas ele chega inclusive a rasgar as mangas de sua roupa ao saber que a moda inglesa ditava o verde como tendência real e não o azul (cor de sua roupa no momento).
Ironicamente, a história toda gira em torno do amor que o rei sente pela rainha (fala sério? Aquela bichinha? Apaixonada por uma mulher?Ok...).

-Os dois únicos pontos fracos do filme, no meu ver, são:

1- o romance de D'Artagnan : não convence... Parte primordial da trama e foi pouco desenvolvida, D'Artagnan praticamente coloca a França em guerra por causa de dois beijinhos e um rostinho bonito, nada mais!

2- Athos: O líder dos mosqueteiros está apagado no filme... Um tanto quanto eclipsado por Milady, eu diria... Acho que foi mais um ponto mal abordado.

Bem... essa é a minha opinião: uma sátira até que prazerosa, porém muiiito superficial.



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Verissímo

Se as vezes as coisas parecem ruins: olhai os lírios do campo; o tempo e o vento tratarão de curar as feridas que te fazem prisioneiro da noite.
Nessa saga, os caminhos são cruzados como um solo de clarineta se cruza com uma música ao longe , te fazendo sonhar com um retrato onde se vê um continente em contraste com o arquipélago ao fundo, numa ilha onde enfim o Senhor Embaixador pôde encontrar seu lugar ao sol com Clarissa, esquecendo o incidente em Antares; O resto é silêncio.